sexta-feira, 23 de maio de 2025

DES_IGUAL 2025, exposição individual na Martha Pagy Escritório de Arte, RJ

 

DES_IGUAL

Ivani Pedrosa

 

Nesta exposição, Ivani Pedrosa investiga a extensão entre identidade, território e conflito em um mundo marcado por desigualdades e fragmentações. A partir da desconstrução simbólica de bandeiras de países em guerra, a artista propõe novas formas visuais que transformam em arte aquilo que separa.

 

DES_IGUAL não é uma resposta, mas um respiro. Em meio à crise da globalização e à força do “eu” sobre o coletivo, Ivani encontra na arte um espaço para refletir, subverter e sugerir outras possibilidades de encontro.

 

Com delicadeza e força, suas obras — entre pinturas, esculturas e composições silenciosas — criam um território onde o conflito dá lugar ao diálogo, à beleza e à esperança.

       



OBRAS DA EXPOSIÇÃO


 
-ESTANDARTE V, 2024

Série Fronteiras
Colagem Digital
Impressão em papel Celulose Fosco com PVC e Estrutura
22x42 cm



-ESTANDARTE III, 2024 

Série Fronteiras

Colagem Digital

Impressão em papel Celulose Fosco com PVC e Estrutura

22 x 42 cm



- ESTANDARTE XII, 2024

Série Fronteiras

Colagem Digital

Impressão em Papel Celulose Fosco com PVC e Estrutura

22,8 x 42,8 cm


-ESTANDARTE VI, 2024

Série Fronteiras

Colagem Digital

Impressão em metacrilato

22 x 42 x 3 cm


- ESTANDARTE II, 2024

Série Fronteiras

Pintura em tiras de papel tengusho 8 gr

20 x 60 x 4 cm


- ESTANDARTE I, 202

série Fronteiras

Homenagem à artista HANNA SAMARA

20 x 60 x 4 cm

Pintura s/papel tengusho 8 gr


-ESTANDARTE VIII, 2024

Série Fronteiras

Homenagem ao artista FADI-YAZIGI

Pintura em tiras de papel tengusho 8 gr

20 x 60 x 4 cm


-ESTANDARTE IV, 2024

Série Fronteiras

Homenagem à artista ARGHAVAN

Pintura em tiras de papel tengusho 8 gr

20 x 60 x 4 cm


-ESTANDARTE XI, 2024

Série Fronteiras

Homenagem ao artista Kandinsky

Pintura em tiras de papel tengusho 8 gr

28 x 60 x 4 cm



- INFAMILIAR, 2025

Serie Silêncio

Vergalhão de aço inox moldado manualmente, ovos escritos (Eu, Outr@as, Nós) envoltos em tecido filó.                                                                                                                                          Dimensão variada



-PAISAGEM POSSÍVEL VI, 2017

Vergalhão de aço moldado manualmente

20x20x12 cm

Ed.3 de 10


-VOADEIRA, 2024

Escultura composta com vergalhão e elipses de aço inoxidável polido em base de mármore.

12x36x25 cm



 
-FESTINA LENTE II, 2025

Tiras de papel vegetal especial e caneta poska

Frases com citações de escritores, filósofos, artistas e pensadores escritas em tiras de papel e penduradas com argolas num suporte.

Dimensão variada


  
-INFRAFINO, UM GAP ALEGÓRICO, 2025 

Série Silêncio 

Tubo de acrílico cristal com adesivo, estrutura em vergalhão de aço no formato de mola e gaze de linho com bordados em seu interior. 

34 cm x Ø 10 cm (A x diâmetro)



-SILÊNCIO DA COR III, 2024

Série 'Silêncio'

Bordados sobre papel Canson, emoldurado com caixa de madeira

29,7x42x3 cm



-SILÊNCIO DA COR IV, 2025

Série 'Silêncio'

Bordados sobre papel Canson, emoldurado com caixa de madeira

45x24x3 cm



-SILÊNCIO DA COR II, 2023

Série 'Silêncio'

Bordados sobre papel Canson, emoldurado com caixa de madeira

20x28x3 cm




-UNITATEM, 2023 

Série Silêncio 

Painel de gaze de linho bordado com fios dourado e branco e desenho no suporte de papel, emoldurado em caixa de madeira. 

30x29x4 cm


DES_IGUAL

Ivani Pedrosa

A exposição DES_IGUAL apresenta um recorte do trabalho de Ivani Pedrosa para questões atuais e urgentes, como os conflitos mundiais, os efeitos da globalização e os limites entre identidade e território. A partir da observação do cotidiano e das transformações profundas do “estar no mundo”, a artista construiu séries que desenvolveram diferentes temas com consistência poética e formal. Entre eles, destacam-se: Espaço Amplificado, Imagem Amplificada, Controle, Fronteiras, Paisagem Possível, A Joia da Coroa e Silêncio.

Em DES_IGUAL, Ivani parte de um gesto simbólico e visual: a desconstrução de bandeiras nacionais de países em conflito, cujos núcleos e formas são reorganizados em composições pictóricas delicadas, indicando novos padrões possíveis. O que antes representava divisão e disputa é ressignificado em beleza e diálogo. Ao evitar o confronto direto, a artista propõe caminhos sutis de reflexão sobre pertencimento, alteridade e paz.

A exposição ecoa o conceito de “infamiliar” proposto por Freud — a presença do estranho no lugar do que deveria ser acolhedor — e retoma uma linha de investigação sobre o “Narciso Contemporâneo”, onde o “eu” se sobrepõe ao coletivo, seja em indivíduos ou em nações. Nesse contexto, a arte surge como território de resistência sensível, capaz de abrir brechas de significado diante do colapso simbólico do mundo.

A mostra é completa com obras silenciosas e esculturas que evocam a ideia de ninho, ovo e espelhamento. São formas que falam de abrigo, origem e encontro — elementos fundamentais para pensar o estar-no-mundo, individual e coletivamente.

Como inspiração final, a artista insere uma citação de Mia Couto, pela voz do personagem João Sabão, que reverbera o espírito da mostra:

"Encheram a terra de fronteiras e carregaram o céu de bandeiras. Mas só há duas nações — a dos vivos e a dos mortos."

                                                                                                                                        Martha Pagy



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